Série: José: Amargura, Traição e Bênção - Sinais de Crescimento Espiritual # 9

Série: José: Amargura, Traição E Bênção - Sinais De Crescimento Espiritual # 9
Texto: Gênesis 43:1-14

Introdução: As coisas mudaram dramaticamente desde nosso primeiro encontro com José. O sofrimento e a dor de sua traição e a estadia na prisão são uma memória distante. Ele está agora em uma posição de destaque e autoridade no Egito. Deus deu a José a sabedoria para se preparar para a chegada da seca e a fome de forma a salvá-los da fome. Esta preparação não foi reservada somente para o Egito. Deus tinha um plano para salvar o seu povo também, através de José.

Em nosso último estudo descobrimos que a fome era grande na terra de Canaã e Jacó tinha enviado os irmãos de José para o Egito para comprar trigo. Enquanto lá, eles encontraram com José, embora eles não o reconheceram. José imediatamente reconheceu seus irmãos e ordenou que Simeão fosse amarrado e mantido no Egito até que seus irmãos voltassem com Benjamin. Os outros nove retornaram para Canaã e compartilharam a notícia com Jacó.

A fome continua assolando a terra. O alimento da viagem anterior estava quase acabando. Se Jacó e sua família quisesse sobreviver, mais alimento deveria ser comprado do Egito. Jacó estava ciente das condições necessárias para outra compra e ainda assim ele estava relutante em enviar Benjamin ao Egito.

A passagem que lemos não fala de José diretamente, mas revela um momento importante em sua vida. Mesmo que ele não é mencionado, esses eventos são importantes para a história de José. Como veremos, Judá é um personagem principal nesta passagem, e nós começamos a ver uma mudança significativa nele. Embora ele seja um homem adulto, ele amadurece muito mais neste momento em sua vida. Quero considerar os fatores envolvidos nesta discussão enquanto nós pensamos em: Sinais de crescimento espiritual.

I. A Continuação Da Fome. V. 1-2

- Depois de sua primeira viagem ao Egito, a fome continua. Toda a região está em meio a uma fome de sete ano, trazendo devastação a todos. Observe:

A. A gravidade. V. 1“Ora, a fome era gravíssima na terra”. Esta é uma afirmação curta e simples, mas revela a gravidade da seca e da fome. Era grave na terra. Isto tem a ideia de grande densidade, pesando fortemente sobre a sociedade. Ninguém estava isento das garras da fome. Todos sofreram muito devido à falta de comida e água.

- Eu nunca passei fome, e felizmente a maior parte da minha vida tenho desfrutado de calma geral. Mas, às vezes, porém parece que as provações que enfrentamos nunca vão acabar. Parece continuar durante um longo período de tempo. Em épocas como esta, temos de olhar para o Senhor em busca de orientação e força. Ele tem conhecimento de nossa necessidade e é capaz de fornecer o que precisamos para suportar.

B. A deficiência. V. 2a“Tendo eles acabado de comer o mantimento que trouxeram do Egito...” A viagem para o Egito tinha sido bem-sucedida. Eles foram capazes de comprar trigo a fim de sobreviver, mas em casa, eventualmente, tudo o que tinham trazido foi consumido e não havia mais para se preparar. A família de Jacó enfrentava uma situação difícil. Alguma coisa tinha que ser feito. Não havia mais nada para comer, e sem mais disposição, a família não iria sobreviver. Embora Jacó fosse um homem de integridade e influência, ele era incapaz de fazer o trigo crescer ou sustentar a sua família.

- Isso trouxe um pensamento profundo à minha mente. Somos abençoados além da medida. Nós temos mais do que suficiente para suprir a nossa necessidade, mas não devemos esquecer de quem nossas bênçãos flui. Nós desfrutamos de abundância na colheita, mas é Deus que dá o crescimento. Podemos ter avançado em tecnologia, ciência, medicina e muitas outras áreas, e ainda assim permanecemos dependentes do Senhor. Se não fosse por Ele, nós não sobreviveríamos.

C. A realidade. V. 2b“...disse-lhes seu pai: voltai, comprai-nos um pouco de alimento”. Claramente Jacó não estava feliz com a situação atual. Ele não gostava da ideia de voltar ao Egito para comprar trigo, mas sabia que não tinha escolha. Se eles quisessem sobreviver à fome, os irmãos deveriam mais uma vez retornar ao Egito para comprar mantimento. Mesmo que a situação não era o que Jacó desejava, ele não tinha escolha e ele sabia que ele tinha de lidar com a situação. Independentemente de como ele se sentia, a realidade era terrível.

- Alguns criticam a atitude de Jacó, mas eu vejo um atributo a ser admirado. Na verdade, muitos em nossos dias precisam estar disposto a considerar a realidade do nosso dia e admitir a necessidade. Ignorar a verdade nunca será benéfico. Podemos optar por viver negando, mas isso não vai melhorar a nossa situação. Precisamos daqueles que admitem as necessidades de nossos dias, clamar ao Senhor por orientação, e seguir em frente com o Senhor.

II. A Discórdia Na Família. V. 3-7

- Aqui lemos de uma discórdia entre Jacó e Judá. O caráter de Judá, tinha sido questionável, por vezes, ao longo de sua vida. Sabemos que ele concebeu o plano de vender José como escravo. Ele era responsável pela traição de José e a decepção que se seguiu. No entanto nestes versos encontramos Judá amadurecendo, mesmo que ele é um homem adulto. Observe:

A. O lembrete. V. 3 - “Mas respondeu-lhe Judá: Expressamente nos advertiu o homem, dizendo: Não vereis a minha face, se vosso irmão não estiver convosco”. Judá sabia neste momento que Jacó não tinha a intenção de enviar Benjamim com eles para o Egito. Ele lembra Jacó que o homem no comando (José) tinha exigido que o irmão mais novo os acompanhassem em sua viagem de regresso. Seria inútil voltar se Benjamin não estivesse com eles. José tinha autoridade sobre as provisões e eles deveriam obedecê-lo para que eles pudessem receber o que eles precisavam.

- Há uma verdade simples revelada neste lembrete. Devemos estar dispostos a obedecer totalmente ao Senhor se esperamos receber o que precisamos Dele. Nós não podemos esperar viver como quisermos, inclusive contrário à Sua Palavra, e esperar que Deus ignore nossa desobediência e rebeldia. Se desejamos receber o que precisamos, devemos ser submissos ao Senhor.

B. A exigência. V. 4-5“Se queres enviar conosco o nosso irmão, desceremos e te compraremos alimento; mas se não queres enviá-lo, não desceremos, porquanto o homem nos disse: Não vereis a minha face, se vosso irmão não estiver convosco”. Judá lembra Jacó da exigência envolvida para obter mais alimento. Este era o principal ponto de discórdia, Benjamin fazer a viagem, mas era essencial. Judá se recusa a voltar, se Benjamin não fosse, porque seria uma viagem perdida e arriscada. Ele temia estar diante de José, sem Benjamin. Ele sabia que a presença de Benjamin seria a única forma de garantir mais alimento.

- Aqui vejo um grande paralelo à nossa vida cristã e a vida da humanidade como um todo. Sei que José é uma grande representação de Cristo, mas, neste contexto, Benjamin o é. Não havia segurança e garantia de ir diante do soberano sem o filho. O filho tem acesso ao soberano. O mesmo é verdade para cada um de nós. Jesus Cristo, o Filho unigênito, é a nossa fonte diante de Deus Pai. Só Ele pode assegurar nossa redenção e reconciliação. Não podemos nos aproximar do Pai sem o Filho. Mesmo depois de sermos salvos, nos aproximamos do Pai por meio do Filho. Você não está contente que o Filho estava disposto a fazer a viagem? Você não está feliz que Ele está em nosso favor diante do Pai? Que Salvador maravilhoso servimos!

C. O raciocínio. V. 6-7“Perguntou Israel: Por que me fizeste este mal, fazendo saber ao homem que tínheis ainda outro irmão? Responderam eles: O homem perguntou particularmente por nós, e pela nossa parentela, dizendo: vive ainda vosso pai? Tendes mais um irmão? E respondemos-lhe segundo o teor destas palavras. Podíamos acaso saber que ele diria: Trazei vosso irmão? ”. Até o momento nenhum deles sabia que era José. Eles não tinham ideia de que ele conhecia bem a família. Jacó questiona Judá por que eles mencionaram Benjamin. Ele não via nenhum benefício em revelar tais informações. Judá respondeu que eles foram indagados especificamente acerca de seu pai e seu outro irmão. Eles não podiam mentir em tal condição.

- José queria ver como eles responderiam a ele, sabendo que eles não o reconhecera. Judá tinha mentido a respeito de José, mas ele tinha crescido e optou por não mentir a respeito de Benjamin. Aparentemente, ele estava começando a ver o valor da verdade.

- Como já descobrimos, a verdade é sempre a melhor política. Deus não honrará enganos e mentiras. Se quisermos agradar ao Senhor, devemos estar dispostos a falar a verdade em todos os momentos, mesmo quando não é popular ou quando não nos beneficia. Efésios 4:24-25 – “e a vos revestir do novo homem, que segundo Deus foi criado em verdadeira justiça e santidade. Pelo que deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo, pois somos membros uns dos outros”.

III. O Compromisso Da Família. V. 8-14

- Embora o debate era controverso, no final, tanto Jacó como Judá estavam comprometidos com o bem-estar da família. Observe:

A. A promessa. V. 8-9“Então disse Judá a Israel, seu pai: Envia o mancebo comigo, e levantar-nos-emos e iremos, para que vivamos e não morramos, nem nós, nem tu, nem nossos filhinhos. Eu serei fiador por ele; da minha mão o requererás. Se eu to não trouxer, e o não puser diante de ti, serei réu de crime para contigo para sempre”. Não havia outras opções; se a família quisesse sobreviver, Benjamin teria que fazer a viagem com eles. Judá sabia das preocupações que Jacó tinha e assumiu total responsabilidade por ele. Isto está muito longe da responsabilidade que assumiu com José, mas ele prometeu ser fiador por Benjamin. Ele fez uma promessa a seu pai, garantindo que Benjamin iria voltar.

- Devemos ser cuidadosos na busca de espiritualizar tudo nas Escrituras, e eu sei que o personagem de Judá, tinha sido questionável, mas neste encontro, eu sou lembrado pelo Espírito Santo. Podemos nos relacionar a Benjamim; estamos em uma jornada de incerteza. No entanto, estamos guardados pelo poder do Espírito. Nós somos selados por Ele, guardados até o dia da redenção! Efésios 1:13-14 – “no qual também vós, tendo ouvido a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, e tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa, o qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para o louvor da sua glória”.

B. O pagamento. V. 11-12“Então disse-lhes Israel seu pai: Se é sim, fazei isto: tomai os melhores produtos da terra nas vossas vasilhas, e levai ao homem um presente: um pouco de bálsamo e um pouco de mel, tragacanto e mirra, nozes de fístico e amêndoas; levai em vossas mãos dinheiro em dobro; e o dinheiro que foi devolvido na boca dos vossos sacos, tornai a levá-lo em vossas mãos; bem pode ser que fosse engano”. Ao retornar do Egito, eles descobriram que o dinheiro que levaram permanecia com eles. Isso causou medo, assumindo que José teria pensado que eles eram ladrões. Jacó instruiu-os a tomar o dobro do preço da compra, juntamente com o dinheiro que tinha sido devolvido. Eles também levaram muitos presentes para dar a José. Jacó queria presenteá-lo com uma oferta de gratidão, na esperança de agradá-lo. Ele era a única fonte de alimento na terra e eles estavam dependendo de José.

- Devemos ter cuidado com a aplicação aqui. Eu nunca iria ensinar que a nossa salvação pode ser obtida ou comprada. É um dom gratuito de Deus por meio do sacrifício de Seu Filho. No entanto, devemos ir diante do Senhor com ofertas e louvor. Ele providenciou o que precisávamos, e sabemos que a salvação não está disponível através de qualquer outro. Ele é digno de nosso louvor, adoração e ofertas!

C. A oração. V. 13-14“Levai também vosso irmão; levantai-vos e voltai ao homem; e Deus Todo-Poderoso vos dê misericórdia diante do homem, para que ele deixe vir convosco vosso outro irmão, e Benjamim; e eu, se for desfilhado, desfilhado ficarei”. Jacó permanece infeliz sobre a ida de Benjamim com eles, mas ele chegou à conclusão de que era necessário. Ele consentiu com as demandas de José e, mais uma vez olhou para o Senhor. Ele faz uma oração por eles quando eles viajam e revela a sua confiança e submissão à vontade de Deus. Tinha havido muita discórdia e debate, mas, finalmente, a família entrega seus problemas ao Senhor.

- É fácil para nós olhar para esta situação e sermos críticos. Não houve nenhuma menção de oração, até este ponto, e ainda assim somos culpados do mesmo. A oração é muitas vezes um último recurso, em vez de a prioridade imediata. Eu acredito que a família de Jacó estava crescendo na fé através de tudo isso e precisamos crescer também. Ao invés de tentar racionalizar todas as circunstâncias e chegar a uma solução, por que não buscar o Senhor, entregando-lhe os nossos problemas e confiando nele para fornecer uma solução. Ele sabe onde estamos e o que precisamos. Nós somos incapazes de fazer qualquer coisa sobre muito que enfrentamos. Nós estaríamos muito melhor se voltássemos para o Senhor em oração e fé e simplesmente confiássemos nEle para trabalhar em nosso favor.

Conclusão: Esta é uma passagem encorajadora das Escrituras. Judá ainda não foi totalmente tratado com o pecado de seu passado, mas ele está crescendo e amadurecendo como um homem. Ele está intensificando e assumindo a responsabilidade como ele deveria ter feito no passado. Jacó, mesmo em sua velhice, parece ter crescido na fé também.

Nós também precisamos crescer em nossa fé e relacionamento com Cristo. Como já discutimos, só Ele é a fonte da nossa salvação. Se queremos nos aproximar do Pai, devemos chegar por meio dele. A relação pessoal com Cristo é de extrema importância. Depois de nos achegarmos a Ele pela fé, devemos crescer continuamente nEle.

Talvez existam áreas em sua vida que precisam de atenção esta noite. Você está andando pela fé, confiando plenamente no Senhor? Você está lutando com problemas, e inda se recusa a entrega-los ao Senhor? Talvez você nunca foi salvo e precisa vir a Cristo esta noite. Venha a Ele!

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