Tenho Sede

Tenho Sede
Texto: João 19:28-29

Introdução: Esta noite, enquanto continuamos nosso estudo sobre as palavras que nosso bendito Senhor proferiu da cruz, chegamos à quinta dessas proclamações. Esta é um pouco difícil de compreender, mas lança grande luz sobre a soberania e misericórdia de Cristo em seus momentos de morte.

Ao refletir sobre essas palavra de Jesus na cruz, percebi que Jesus chorava de sede porque estava realmente com sede. Nossas mentes têm dificuldade em abraçar tal pensamento. Cristo é Aquele que criou os riachos, rios, lagos e até mesmo os vastos oceanos. O primeiro milagre que Jesus realizou, Ele transformou a água em vinho. Em duas ocasiões diferentes, Jesus declarou que aqueles que bebiam de Sua água viva nunca mais teriam sede. João 4:14 – “mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorre para a vida eterna”. João 6:35 – “Declarou-lhes Jesus. Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim, de modo algum terá fome, e quem crê em mim jamais terá sede”.

Ele é a fonte e o suprimento dessa água viva, no entanto, na cruz, Ele chorou, eu tenho sede. Eu quero por alguns momentos observar esta passagem e a verdade que revela a medida que pensamos na declaração: Tenho Sede.

I. A Soberania de Cristo. V. 28

- “Depois, sabendo Jesus que todas as coisas já estavam consumadas, para que se cumprisse a Escritura, disse: Tenho sede”. Estas poucas palavras revelam muito sobre a sua soberania. Observe:

A. Seu Caráter - Jesus sabia que todas as coisas estavam consumadas. Isso tem a ver com “chegar ao fim, terminar, completar, cumprir; cumprir o mandamento dado”. Isso revela Sua onisciência divina. Ele havia suportado horas de indizível tormento e sofrimento e ainda assim permaneceu coerente e consciente de que a vontade de Deus estava sendo cumprida.

- A humanidade não tinha compreensão da enormidade do Calvário. Eles não haviam compreendido o plano de Deus para redimir o homem caído. Eles não tinham entendimento da absoluta santidade de Cristo e do sacrifício que Ele fez para restaurar e reconciliar os perdidos. Somente Deus o Pai e o próprio Cristo estavam conscientes de que a vontade de Deus estava sendo cumprida no Calvário.

B. Seu Compromisso - Jesus sabia que todas as coisas haviam sido consumadas. Ele não tinha deixado de lado nenhuma de suas responsabilidades. Ele não procurara evitar a cruz. Ele se submeteu completamente à vontade de Deus e suportou até o fim. Cada detalhe do Calvário foi cumprido como Deus havia planejado.

- Você não está feliz que Jesus tenha suportado até o fim? Você não está feliz por Ele ter assegurado que todas as coisas foram cumpridas na cruz? Fico feliz que não cabe a mim aguentar o suficiente ou viver bem o suficiente para merecer minha salvação. Jesus fez isso para que eu pudesse simplesmente crer nEle e em Sua obra consumada!

- Eu fico maravilhado com tudo o que Jesus suportou durante o processo da crucificação e ainda assim Ele foi fiel até o fim. Ele poderia ter recusado a cruz. Ele poderia ter chamado os anjos do céu para resgatá-lo, mas ele não o fez. Ele suportou tudo, até que todas as coisas foram consumadas para a nossa salvação!

- Isso deveria nos desafiar hoje. Jesus estava disposto a suportar tudo isso, permanecendo comprometido até o fim, e ainda assim temos dificuldade em permanecer comprometidos no dia a dia das coisas da vida. É pedir demais para viver o mais correto possível? É pedir demais que oremos e tenhamos comunhão com Ele? É pedir demais para identificar-se com Aquele que sofreu por nossa redenção? É pedir demais para permanecer fiel a frequentar a Sua casa e encorajar os que têm fé semelhante? Acho que precisamos examinar nosso compromisso!

C. Seu Controle - Jesus não foi vítima da cruz. Ele não estava ali à vontade e desejo dos homens pecadores. Sua vida não foi tomada no Calvário; Ele de bom grado a entregou para que pudéssemos ter vida. Jesus não era uma vítima indefesa, mas um salvador voluntário.

- Por todas as aparências externas, pode parecer que o Sinédrio, a multidão e os soldados romanos eram os responsáveis, mas Jesus nunca perdeu sua autoridade. Ele permaneceu no controle absoluto mesmo quando Ele suportou a cruz. Essa não era uma situação que tivesse saído do controle. Nós não lemos sobre um homem que perdeu sua influência e não conseguiu atingir seus objetivos. Jesus estava lá porque Ele escolheu estar e Ele estava no controle completo, mesmo quando Ele estava pendurado na cruz.

- Isso deveria nos encorajar na jornada de hoje. Ele permaneceu no controle na cruz, assim como fez nos mares tempestuosos. Ele nunca deixou de ser Deus e nunca será. Não há um problema que enfrentamos que Cristo não é o mestre!

II. A Submissão de Cristo

- Mesmo nas palavras mais simples, vemos a submissão de Jesus quando Ele foi crucificado. Observe:

A. A Responsabilidade de Sua Sede“...todas as coisas já estavam consumadas, para que se cumprisse a Escritura”. Jesus veio para fazer a vontade do Pai; Ele veio para cumprir toda e cada profecia que havia sido dada sobre a crucificação. Não havia escapatória de sua sede no Calvário; tudo estava dentro da ordenança divina de Deus. Salmo 69:21 – “Deram-me fel por mantimento, e na minha sede me deram a beber vinagre”. João 6:38 - “Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”. Atos 2:23 - “a este, que foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, vós matastes, crucificando-o pelas mãos de iníquos”

- Tenha em mente que Jesus é a Palavra viva, João 1:1. Você pode imaginar saber tudo isso antes de ser inspirado no coração de um homem para escrever na página, e ainda estar disposto a se submeter totalmente à vontade de Deus para que as Escrituras sejam cumpridas? Jesus fez isso e fez isso por você e por mim. Ele cumpriu totalmente e completamente as Escrituras em todos os aspectos. Não houve uma única palavra profetizada a respeito de Seu nascimento, vida, morte ou ressurreição que Ele não cumpriu.

B. A Realidade da Sua Sede - Muito pode ser dito em relação à sede de Jesus na cruz. O foco principal era cumprir as Escrituras e, em essência, a vontade de Deus, mas não podemos negar ou negligenciar o aspecto físico dessa sede. Jesus era totalmente Deus, mas não devemos esquecer que Ele também era totalmente homem. Ele viveu em um corpo de carne como cada um de nós. Ele sabia o que era sentir dor, sentir solidão e ira; Jesus sentiu as mesmas emoções e experimentou os mesmos sentimentos que nós!

- Ele já havia suportado horas naquela cruz cruel. Ele não recebeu água. Sua carne tinha sido arrancada do corpo dele enquanto suportava a terrível flagelação. Seu corpo estava sangrando e perdendo fluidos preciosos e ainda assim não recebeu água. Não podemos compreender ou apreciar plenamente o sofrimento físico e emocional que Cristo suportou. Filipenses 2:8 – “e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz”. Hebreus 2:9 - “vemos, porém, aquele que foi feito um pouco menor que os anjos, Jesus, coroado de glória e honra, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos”.

III. A Simpatia de Cristo. V. 28

- “Depois, sabendo Jesus que todas as coisas já estavam consumadas, para que se cumprisse a Escritura, disse: Tenho sede”. Ele suportou uma sede física, mas neste humilde grito de nosso Senhor, vemos Sua simpatia por aqueles que têm sede espiritual.

A. A Mensagem - Jesus suportou os pecados do mundo sendo colocados sobre Ele quando Ele sofreu o juízo de Deus, e ainda assim Ele teve sede. Isso revela uma verdade poderosa que o pecado nunca pode satisfazer. Nunca apaga a sede de uma alma ressequida. A humanidade pode se entregar a todos os pecados imagináveis ​​e nunca preencherá esse anseio dentro da alma; nunca fornecerá a satisfação que eles procuram. Jeremias 2:13 – “Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram para si cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas”.

B. A Miséria - Não podemos imaginar o sofrimento que Jesus suportou enquanto estava pendurado na cruz. O sofrimento físico era pior do que qualquer homem já suportou, mas isso não foi o pior. A sede física que Jesus suportou não podia ser comparada à sede que Ele nutria por comunhão com Deus. Esta foi a primeira e única vez que Ele experimentou a separação do Pai.

- Jesus proclamou uma grande verdade nesta declaração: A separação de Deus sempre resultará em miséria. O homem pode desfrutar dos prazeres do pecado por um período, mas isso sempre resultará em morte e separação. A sede de uma bebida literal de água no inferno será esmagadora, mas a sede pela presença de Deus será a mais excruciante!

- Salmo 42:1-2 – 1 Como o cervo anseia pelas correntes das águas, assim a minha alma anseia por ti, ó Deus! 2 A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e verei a face de Deus?”. Jesus é o único que pode satisfazer a alma sedenta. Se você nunca bebeu de Sua fonte eterna, então sua alma permanecerá em sede.

IV. O Escrutínio da Multidão. V. 29

- “Estava ali um vaso cheio de vinagre. Puseram, pois, numa cana de hissopo uma esponja ensopada de vinagre, e lha chegaram à boca”. Quando Cristo, o Filho do Deus vivo, morreu na cruz uma multidão olhou, mas eles não conseguiram ver o significado do que eles experimentaram. Eles falharam em perceber que Deus se ofereceu para eles.

A. A Cegueira Deles - Enquanto a multidão olhava naquele dia, eles falharam em reconhecer a plenitude do sofrimento de Jesus. Eles viram simplesmente um homem condenado a morrer, sofrendo sob a carga de sua punição, que ansiava por água para beber. Eles nunca perceberam que a sede espiritual era muito maior que a sede física.

- Já se passaram mais de 2.000 anos desde aquele dia e pouco mudou. Muitos consideram a cruz e suas mentes são consumidas apenas com o aspecto físico dela. De modo algum estou menosprezando o que Jesus suportou, mas se isso é tudo o que vemos, então perdemos o propósito. Cristo suportou muito fisicamente, mas Ele suportou mais espiritualmente. Ele sofreu a separação do Pai para que nunca precisássemos.

- Mesmo quando se trata das vidas que vivemos, a maioria só se concentra no físico. A sociedade é impulsionada pelas necessidades e desejos da carne. Até o nosso tempo de oração se concentra mais nas necessidades físicas do que nas espirituais. Este corpo de carne retornará ao pó da terra, mas a alma habitará eternamente!

B. A Fraqueza Deles - Eu gostaria de pensar que havia aqueles que tinham simpatia por Jesus quando Ele sofreu na cruz. Certamente alguns foram movidos para ajudá-lo de alguma maneira que pudessem, mas, infelizmente, tudo o que podiam fazer era tentar confortar seu sofrimento físico. O homem estava limitado naquilo que ele podia fazer enquanto nosso Senhor estava morrendo.

- O mesmo é verdade em relação à humanidade hoje. Nós percorremos um longo caminho nos avanços da medicina. Nossas vidas desfrutam de muitos confortos que as gerações anteriores não conheceram, mas o homem é limitado em sua capacidade. Há muito o que podemos fazer. A ciência pode ter descoberto maneiras de prolongar a vida ou aliviar o sofrimento da morte, mas não descobriu uma maneira de preveni-la. Através dos avanços da tecnologia, o mundo tem maior acesso à literatura e à informação, mas todo o conhecimento do mundo não impedirá a morte.

- O homem tem muito a oferecer para beneficiar os outros, mas ele não pode oferecer a única coisa que todo mundo mais precisa. Todos nós precisamos chegar a um conhecimento salvador de Jesus Cristo. Só ele tem o poder e a capacidade de transformar uma vida de pecado e condenação em salvação e reconciliação.

Conclusão: Você já descobriu sua fraqueza? Você já reconheceu sua necessidade de Cristo? Tudo o que Ele suportou na cruz foi por você! Eu posso orar por você e encorajar você, mas eu não posso te salvar. Se você nunca confiou no Senhor, está perdido. Chegará o dia em que seu tempo acabará e a única coisa que importará é se você foi salvo ou não.

Jesus disse muito em apenas duas palavras. Você precisa vir a Ele hoje? Se Ele falou com você, agora é a hora de responder.

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